3 de jul. de 2007

Cachorros e gatos já podem ter RG

Em parceria com dez clínicas veterinárias, prefeitura distribui 50 mil coleiras e plaquinhas para registrar animais Luiz Galano Cinqüenta mil cães e gatos de Bauru se tornarão membros registrados da sociedade bauruense. Eles já podem “requerer” gratuitamente RG, coleira azul e plaquinha metálica de identificação. Ontem pela manhã, proprietários de dez clínicas veterinárias da cidade assinaram convênio com a prefeitura. Os estabelecimentos ficaram com a incumbência de distribuir os materiais, preencher as fichas dos animais e conscientizar seus donos sobre a importância da posse responsável.
Trata-se de uma espécie de política de prevenção em saúde. A intenção da administração pública é combater vetores de doenças transmissíveis aos humanos. Isso ajudaria manter a saúde da população em dia, o que acabaria ajudando a desafogar as unidades de saúde, pois acarretaria na diminuição de pacientes à procura de atendimento em virtude de doenças que seriam facilmente evitadas com medidas simples (como sarna, por exemplo).
O registro animal não é obrigatório e dependerá exclusivamente do interesse de cada proprietário. Inicialmente, eles terão que se dirigir a uma das dez clínicas com autorização para realizar o serviço. “É o início de um projeto e temos intenção de ampliá-lo. O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) também está imbuído nesse tipo de registro. Quem quiser, pode também procurá-lo. A intenção é, com o passar do tempo, ampliar cada vez mais esse tipo de trabalho para mais clínicas”, explica o titular da Secretaria da Saúde, Mário Ramos, que também é veterinário.
Segundo o prefeito Tuga Angerami, todas as clínicas da cidade puderam se inscrever e participar do projeto. No entanto, alguns fatores internos da prefeitura dificultaram que um número maior de veterinários obtivessem o direito de efetuar os registros. “Existem exigências do setor jurídico da prefeitura que devem ser cumpridas. Eles estão estudando soluções para que mais interessados possam também ganhar o direito”, explica.
Para o prefeito, a participação das clínicas é fundamental para a implementação do projeto. “Eles dão capilaridade aos atendimentos, porque o poder público sozinho não teria condição de fazer, em pouco tempo, o cadastramento e a identificação de todos esses animais”, destaca.

Serviço
Pontos de registro: rua Sabino Scriptore, 4-26, Vila Falcão; rua Eduardo Vergueiro de Lorena, 2-22, Jardim Planalto; rua Maria José, 9-25, Vila Universitária; rua Araújo Leite, 25-63, Vila Santa Teresa; rua Silva Jardim, 5-39, Bela Vista; rua Antônio Alves, 15-36, Centro; rua Gustavo Maciel, 17-15, Altos da Cidade; rua Pascoal Luciano, 2-53, Centro; rua Gerson França, 12-48, Altos da Cidade; avenida Duque de Caxias, 18-07, Vila Brunhari.

O registro
O processo para obtenção do registro é simples. O proprietário vai até a clínica credenciada, dá informações sobre o estado de saúde e vacinação do seu animal e recebe a coleira, a placa e um RG de papel. Todas as informações colhidas são anotadas em fichas, uma cópia fica com o veterinário e outra é enviada ao CCZ para digitalização e arquivamento.
“O proprietário passa por uma orientação de posse responsável, e aí vem o salto em termos de qualidade de saúde. Porque uma pessoa orientada a como preceder com seu animal corre risco menor de ter as famosas zoonoses (doenças transmitidas dos animais para os humanos, como leishmaniose, raiva, sarna etc.)”, explica Ramos.
“Além disso, amanhã ou depois, se o animal escapa e o CCZ sabe quem é o dono, é possível devolvê-lo ao dono. Já se ele saiu na rua e se envolveu numa mordedura, o tratamento é agilizado ou a preocupação é dirimida, pois é possível saber rapidamente o histórico do animal”, completa. (LG)

Segunda etapa prevê castração gratuita
A segunda fase do projeto ainda não tem data definida para começar. A intenção da Secretaria de Saúde é castrar, gratuitamente, cães e gatos da cidade. “O município irá tentar articular um sistema de castração gratuita, seja por mutirão ou por campanhas, destinadas a pessoas que não têm condição de pagar. Isso melhora muito a qualidade de saúde do animal e evita cada vez mais as transferências de doenças aos seres humanos”, explica o secretário Mário Ramos. A veterinária Fabiana Sargasso destaca que os três lados envolvidos no projeto (clínicas, prefeitura e população) sairão ganhando. “Além de atrair os clientes para as clínicas, teremos a oportunidade de conscientizá-los”, afirma. Para ela, o projeto não pode ser esquecido. “Esse trabalho precisa ter uma continuidade. Não pode se perder, ou não teria motivo nenhum tê-lo começado”, opina.
Segundo Ramos, o projeto é duradouro. “Toda pessoa que tiver uma perda tem que procurar o CCZ para uma posterior orientação. Por enquanto isso tudo é gratuito, no sentido de orientarmos a população para reduzir a transmissão de doenças.” (LG)

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