19 de jul. de 2007

Ratos que invadem o centro da China são vendidos nos restaurantes de Cantão
Pequim, 15 jul (EFE)
Os aproximadamente dois milhões de ratos que estão assolando as províncias centrais da China por causa das inundações foram parar nas mãos de comerciantes sem escrúpulos que os vendem aos restaurantes de Cantão (sul).

O jornal "South China Morning Post" denuncia hoje que caminhões carregados com ratos procedentes da província central de Hunan estão chegando durante a noite aos mercados ilegais de animais selvagens do distrito Baiyun, em Cantão.

A venda de ratos nesta província, cuja cozinha é famosa por incluir vários tipos de animais selvagens, foi proibida em 2003, após explodir a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars), que causou a morte de 800 pessoas em todo o planeta.

Os analistas descobriram que a origem desta epidemia foi a ingestão de civetas (gato-de-algália) em Cantão.

Hunan sofre há semanas com uma praga estimada em cerca de dois milhões de vorazes ratos do campo que chegaram aos cultivos após a inundação das ilhas do lago que eles habitavam.

Os vendedores de ratos de Hunan, que os vêem como um negócio, disseram ao jornal local "Information Times" que podem fornecer diariamente ratos vivos a Cantão por um valor aproximado de 40 a 50 iuanes o quilo (entre US$ 5 e US$ 6,4).

Cantão, que se transformou no centro ilegal nevrálgico de distribuição de ratos para consumo humano, recebia antes da praga roedores vivos cerca de três vezes por semana, enquanto agora eles chegam diariamente e são vendidos até 300 quilos por dia.

Os médicos estão alarmados pela errônea crença local que considera ao rato de campo uma "delicatessen".

Em Cantão e outros locais da China a carne de rato é considerada muito mais nutritiva que a de porco ou gado.

No entanto, o médico Lo Wing-lok, especialista em doenças infecciosas de Hong Kong, explicou que "é uma superstição acreditar que comer ratos é bom para a saúde" e lembrou que os moradores locais deveriam "ter aprendido a lição do Sars, pois foi confirmado que o vírus procedia das civetas e de outros animais selvagens, como os ratos". EFE mz mh

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